30 de maio de 2012

Acorrentada me sinto livre

                                           Imagem por: polarimpress



Entre as cordas que cerram meu corpo, restringindo movimentos;
Entre as correntes que passam pela minha pele, gelando-me a espinha;
Encoleirada, ajoelhada diante de Ti.

Em devoção e servidão encontro-me;
Sem saída, sem alternativas a não ser pertencer;
O contrato permanente cerrado;
As palavras ditas, as promessas de eternidade.

Sob a guia do Mestre, severa e certeira;
Entre castigos para falhas e recompensa para acertos;
Ser moldada apenas para satisfazer desejos dEle,
o Senhor sob a guarda que me encontro.

Sim, carrego sua marca fixa, imóvel, a tatuagem em meu corpo;
Em metade das minhas costas tenho o Senhor cravado em mim;
E digo, a carrego com orgulho, pois sei que me faz cada vez melhor;
Cada vez mais cativa e submissa;
Sou cada vez mais kajira.

E foi justamente entre essas cordas, correntes, sob essa tutela, essa guia, sob esse Domínio;
Foi justamente moldada, amarrada, encoleirada que me descobri mulher;
Que me descobri livre.

Um comentário:

  1. Askatasuna, minha kajira.
    Askatasuna, minha mulher.
    Maite zaitut.

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